Trato no porto de Pacém na ilha de
Samatra:
Assaz confuso com este recado, me fui com muita pressa
a ver de Dom Estêvão da Gama, o qual me recebeu com mostras de muita amizade, e
grande alegria. A par dele estava um abastado
mercador de Malaca, acompanhado de seu feitor, um Jao de nação. Dom Estêvão da Gama lhes disse ser eu homem de muy
grande fama, e como era muito solto a navegar por esses mares afora, escapara
sempre da Armada do Turco, e das embarcações de outras nações com as quais el Rey, nosso senhor, tinha guerra.
Pasmado com tais palavras, tolheu-me o pensamento, por não entender o seu propósito. Com a sua voz grave logo me cortou as ideias, dizendo que havia um negócio que me traria grandes ganhos, se fosse a Paceem, e me deixasse lá estar muito devagar para miudamente saber cousas do Reyno do Achem, e achar informação sobre a ilha do ouro, por toda a gente natural, ou forasteira, que alguma cousa disso tivesse conhecimento”.
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