sexta-feira, 7 de outubro de 2022

“O Oriente Místico de Chao Balós”, Cap. XXVII

A falsa embaixada ao Reino do Achém:

"Chegados até nós os alifantes do Soltão, e entregues as cartas falsificadas a um eunuco, foram as mesmas postas num prato de prata coberto com rica seda, e levadas sobre as costas do alifante mais largo. Subindo eu nas costas de outro alifante, fui nele até aos paços do Soltão Alaradim, e parando cousa de cinquenta braças de um espaço aberto onde ele já estava assentado, desci do alifante para fazer a minha obediência, dobrando o corpo, e balançando as mãos juntas por altura da cabeça. Entrando descalço, fiz outra obediência. 

Feito isto me fizeram assentar numa alcatifa, quatro ou cinco passos afastado dele, e me deram o betele, o qual em fazendo o primeiro mastigão senti logo a quentura do seu sumo. E como entre esta gente não havia quem falasse a língua Portuguesa, nem ninguém capaz de verter as ditas cartas na língua do seu entendimento, continuei com a minha dissimulação, que nada entendia da língua Malaya, e mandei André de Barros ouvir com muita atenção tudo o que eu botasse da boca para fora; porque seria ele a assegurar a conveniência do nosso propósito".

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