A guerra no Chiang Mai
"Como passante obra de um mês deste cerco desfalecia o mantimento, e as munições, e porque já era muito o cansaço, assim como as enfermidades de uns, e as feridas de outros, pondo el Rey a conselho com todos os príncipes, capitães, e senhores, que havia no exército, e ouvindo o parecer de todos decidiu levantar o cerco, e tornar a Odiaa.Feito isto se embarcou com o seu exército, e
ao descer o rio, navegando nós nestas tranquilas águas castanhas pousava a par
de mim um falcão: essa tão valiosa arma, que me salvara a vida na cruelíssima
batalha do Quitirvão. O barulho dos pássaros vindo do sertão não descansava a
preocupação de alguns estrangeiros, que se achavam vigilantes dos perigos que
podiam aparecer de supito. Fechei os olhos, como que a repouso do corpo; mas
depressa fomos cometidos pela banda do Ponente. O inimigo queria nos fazer caça de modo tão traiçoeiro, tendo por sua tenção não dar vida a nenhum de
nós.
A embarcação onde vinha esta minha pobre pessoa
foi supitamente abalroada, por um dos sete ou oito roqueiros, que lançaram sobre
as nossas cabeças, e puseram no fundo dois seroos.
Neste meio tempo insisti, com um oficial Siame, que era necessário fazer a
nossa desembarcação no rosto destes ímpios, e como eram poucos
cães a nos fazer rosto, por certo dávamos boa conta da peleja em terra firme;
mas se todavia continuássemos embarcados, corríamos um grande risco de nossas
vidas, pelo cometimento de todos estes atrevidos.
O oficial não fez caso desta minha opinião, e arvorando que era muito o cansaço dos nossos, replicou que não aguentaríamos mais este esforço. Havia que continuar a navegar rio abaixo, e evitar empecilhos como este, que faziam pouca mossa; posto que a viagem era longa, e passaríamos por muitos outros perigos neste nosso caminho. No mesmo instante caíram a par de mim alguns dos nossos, por um roqueiro que nos abalroou".
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