"Em Busca das Origens de Macau : Antologia
Documental", por
Rui Loureiro (introdução, leitura e notas)
O “Porto do Nome de Deus”
Entretanto, a povoação de Macau, alimentada por um incessante tráfico marítimo, crescia a bom ritmo. O episódio dos piratas, em meados de 1564, consolidara a situação dos portugueses, que se impunham às autoridades de Cantão como vizinhos pacíficos e prestáveis. A conjugação de interesses luso-chineses produzira, aparentemente, a situação ideal para ambas as partes.
Os nossos dispunham de uma base segura para as suas viagens entre Malaca e o Japão, e faziam os seus negócios, pagando os respectivos direitos e lubrificando os mecanismos negociais com avultadas peitas. Os mandarins cantonenses, através da concessão de Macau, tinham delimitado a presença estrangeira a uma área muito restrita, fácil de controlar. Simultaneamente, dinamizavam a economia local, cobravam taxas alfandegárias e obtinham livre acesso a um suprimento inesgotável de mercadorias raras e valiosas, oriundas do Sudeste Asiático e da Terra do Sol Nascente.
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