A espera no porto de Ayutthaya
"O sonho que daí a pouco avivou o meu subconsciente transportou-me para a segunda metade do século XVI. Uma mulher siamesa, a rondar os quarenta e poucos anos de idade, olhando insistentemente para o horizonte, acalentava a esperança de ver Chao Balós a regressar ao porto de Odiaa, sem que o seu mais íntimo desejo se tornasse realidade. Nada que esmorecesse o ânimo de Marinha. Talvez Chao Balós chegasse no dia seguinte!Viver o passado é também viver o presente. Assim o faço através da escrita.
segunda-feira, 27 de março de 2023
domingo, 26 de fevereiro de 2023
Leitura do Dia
"Em Busca das Origens de Macau : Antologia
Documental", por
Rui Loureiro (introdução, leitura e notas)
O “Porto do Nome de Deus”
Entretanto, a povoação de Macau, alimentada por um incessante tráfico marítimo, crescia a bom ritmo. O episódio dos piratas, em meados de 1564, consolidara a situação dos portugueses, que se impunham às autoridades de Cantão como vizinhos pacíficos e prestáveis. A conjugação de interesses luso-chineses produzira, aparentemente, a situação ideal para ambas as partes.
Os nossos dispunham de uma base segura para as suas viagens entre Malaca e o Japão, e faziam os seus negócios, pagando os respectivos direitos e lubrificando os mecanismos negociais com avultadas peitas. Os mandarins cantonenses, através da concessão de Macau, tinham delimitado a presença estrangeira a uma área muito restrita, fácil de controlar. Simultaneamente, dinamizavam a economia local, cobravam taxas alfandegárias e obtinham livre acesso a um suprimento inesgotável de mercadorias raras e valiosas, oriundas do Sudeste Asiático e da Terra do Sol Nascente.
p. 47.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2022
Leitura do Dia
“Historia Tragico-Maritima”, Tomo II, por Bernardo Gomes de Brito.
Jà V. R. vê, que noite aquella seria para primeira
meditaçaõ dos Novissimos, naõ imaginando, que couza he a morte, senaõ vendo com
os olhos sua propria figura; cujo preludio foy huma confissão, que todos fizemos
para victima desta vida.
O dia
seguinte, e alguns mais se gastàraõ em deliberar sobre o remédio, que forao
dous mastros, ou vergas lançadas por popa, ao modo com que se governaõ os
barcos de riba do Douro; e acabado este, se gastàraõ outros tantos dias no acordo
da derrota, que se tomaria; athè final rezoluça que foy hir em demanda da Bahia
de todos os Santos no Brazil, ainda que contra hum expresso Regimento d'EìRey,
porque necessidade naõ tem ley”.
Págs. 323-4.
quinta-feira, 24 de novembro de 2022
"O Oriente Místico de Chao Balós", Cap. XXX
O português de muito bom espírito e disposição
"Estava eu neste porto de Banta, defronte do junco que nos ia levar até
Odiaa, aguardava que a monção ficasse a nosso favor para podermos caminhar até
Noroeste, quando nesta terra de Sunda, ricamente abastada de especiarias, dei
com um Português, por nome Fernão Mendez Pinto, que aqui chegara com
pouquíssima fazenda.
Depois de passar muitos trabalhos, e perigos,
dos quais mais adiante darei razão, queria ele fazer a viagem por outros
caminhos; mas depressa desmontei a sua ideia de fazer outra derrota se não
aquela que me levaria até Odiaa. E fiz muy bom caso em o ajudar, dizendo-lhe que
não fosse para o Chincheo; mas que se embarcasse no meu junco; porque lhe fazia
o gasto da jornada, e lhe prometia fazer algum empréstimo, com o qual tornasse
de novo a tentar a fortuna".
À venda na Amazon
PORQUE VOAS TÃO ALTO? Este livro de poesia é uma viagem intensa pelas experiências de vida de um possível alter ego do autor. Desde o camp...
-
Qual é o seu escritor preferido? Fernão Mendes Pinto, sem dúvida! (Montemor-o-Velho, 1510–1514 - Pragal, Almada, 8 de Julho de 1583) A sua ...
-
Quem é o personagem principal? Chao Balós Aventureiro destemido, foi escravo, corsário, embaixador e mercador de grossos cabedais no Ori...