Da ida a Bisnaga, capital do Reino de
Narsinga:
“Vai este
Reyno de Narsinga, que por outro nome se chama terra do Canará, desde os muitos
lugares que há nele na costa da India, digo Amcola, Mirgeo, Honor, Baticala,
Mangalor, Bracalor, Bacanor (onde el Rey de
Portugal tem as suas feitorias), e outras mais povoações da banda do Oeste, até
ir ter a Balagate, e ao Charamandel, da
banda do Leste, e ao Reyno de Orixá, ou Orya, que parte com Bengala, e ao Reyno
Daquem, da banda do Norte.
Para bom governo do Reyno tem el Rey Crisnarao os seus oficiais, digo o regedor, a segunda pessoa que há nele, e o tesoureiro (com os seus escrivães da fazenda), o tesoureiro mor, o porteiro mor, o tesoureiro da pedraria, o estribeiro mor, e o que mais há somente tem capitães, todos gentios, por quem reparte o seu Reyno, por quanto não tem outros oficiais. Assim me disse um honrado mercador da terra que el Rey já tinha determinado que o seu filho de seis anos o havia de suceder em vida; porque desejava descansar na velhice, depois de alcançar muitos, e grandes sucessos nas guerras, como fora na tomada de Rachol ao Hidalcão, num grande feito de Christovão de Figueiredo, casado de Goa, que fazia o trato de cavalos para Bisnaga, e à sua gente, vinte Portugueses espingardeiros”.
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