DIA PARA RECORDAR ALMEIDA GARRETT
(Porto, 4 Fevereiro 1799 - Lisboa, 9 Dezembro 1854)
Escritor, dramaturgo, orador, político.
Seus Olhos
Seus olhos - que eu
sei pintar
O que os meus olhos cegou –
Não tinham luz de brilhar,
Era chama de queimar;
E o fogo que a ateou
Vivaz, eterno, divino,
Como facho do Destino.
Divino, eterno! - e suave
Ao mesmo tempo: mas grave
E de tão fatal poder,
Que, um só momento que a vi,
Queimar toda a alma senti...
Nem ficou mais de meu ser,
Senão a cinza em que ardi.
Almeida Garrett, in “Folhas
Caídas”.
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