Chegada a Goa:
“Na manhã seguinte vimos muitas toninhas, várias borboletas, e algumas cobras, sem avistarmos terra firme. À tarde foi lançado o prumo ao mar, o qual tomou o fundo a 50 braças. Não tardámos a ver os Ilhéus Queimados, que são muitos; ainda que só dez deles se levantam a boa altura. E como neles nada cresce, pois são rochedos estéreis plantados no mar, e estão faltos de água, ficaram conhecidos por este nome de Ilhéus Queimados.
Andando mais dez léguas de caminho, surgimos
na barra de Goa no primeiro dia do mês de Abril [de 1524], e sendo Diogo da Silveira visitado pelos mais importantes da cidade,
lhe disseram que nos detivéssemos aqui alguns dias; porque era necessário assegurar que nenhuma maleita fosse levada para a cidade nem
que a povoação sofresse de algum mal.
Passando este tempo entrou a capitânia pelo rio acima embandeirada com formosas bandeiras, e estandartes de seda. Após salvar a fortaleza com grande estrondo, chegou Diogo da Silveira ao cais, para aqui desembarcar ao som de muitos instrumentos. À sua espera estava o capitão de Goa, digo Francisco Pereira Pestana, assim como os vereadores, e oficiais da cidade, sendo recebido com grandes cortesias”.
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