“Aziscão, da privança do Xech Raxit, passava muitas vezes à cidade de Goa aonde fazia com muy grosso proveito o trato privado de aljofre, e pérolas da ilha Barem, que fica ali a cinco dias de navegação de Ormuz. Homem muito alto, e formoso, de tez alva, e bem apessoado, vestia os seus panos de seda apertados por uma rica cinta com adaga guarnecida a ouro, e prata.
Muito me alegrava fazer falas com a sua filha, por nome Caman, quando os parentes, e as criadas, não estavam por perto, e os dois mercadores se deleitavam à mesa por largo tempo com faustos banquetes, recolhendo-se depois para tocar, e ouvir boa música, com os instrumentos próprios da terra. O meu coração palpitava, como que a querer sair fora do peito, quando trocávamos olhares, ou cochichávamos fora das vistas do seu pai, e todos os seus outros parentes”.
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