O grande interesse do Tutam de Cantão pelo âmbar
“Chegando nós à ilha Tamon, digo aos 14 de Agosto de 1538, esperámos pela necessária autorização do Pio da villa de Nantó, e depois do que nos cumpria aqui seguimos para a dita cidade Cantam, cousa de 18 léguas pelo rio acima, onde por minha conta fiz a comutação de pimenta, âmbar, e outras miudezas, por ricas sedas, ouro, e grande cópia de arroz.Estranhei o seu grande interesse pelo âmbar; porque
valia mais para ele, do que ouro, ou diamantes. Dei o melhor para tirar algumas
inquirições sobre este assunto; mas pouco consegui apurar, por se resguardar o
Tutam numas lendas de remotas eras, com dragões a carpir lágrimas, que se
transformavam em âmbar, e como os Chins
são muy idólatras destas serpentes de extraordinária grandeza, reverenciam
muito esta mercadoria.
Perdido que estava nos meus pensamentos, dei por mim com os olhos postos numas serpentes tecidas a fios de ouro, que o Tutam, e seus assistentes, traziam nos peitos, e nas costas, e que por divisa são as armas d’el Rey”.
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