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segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Leitura do Dia

“Alenquer Medieval (Séculos XII – XV)”, de João Pedro Ferro.

                    “𝐎𝐬 𝐚𝐫𝐫𝐚𝐛𝐚𝐥𝐝𝐞𝐬 - 𝐒𝐏𝐞𝐝𝐫𝐨                   

Quem viesse de Lisboa em direcção a Alenquer, subia a encosta até ao arrabalde de S. Pedro e entrava pela Porta da Vila no recinto amuralhado. Foi por aí que D. Leonor de Teles entrou, quando se refugiou em Alenquer:

𝘈 𝘙𝘢𝘪𝘯𝘩𝘢 𝘤𝘩𝘦𝘨𝘰𝘶 𝘢 𝘈𝘭𝘷𝘦𝘳𝘤𝘢 𝘤𝘰𝘮 𝘵𝘳𝘪𝘨𝘰𝘴𝘰 𝘢𝘮𝘥𝘢𝘳 𝘦 𝘢𝘭𝘪 𝘤𝘰𝘮𝘦𝘰; 𝘦 𝘥𝘢𝘭𝘭𝘪 𝘱𝘢𝘳𝘵𝘪𝘰 𝘦 𝘧𝘰𝘪 𝘥𝘰𝘳𝘮𝘪𝘳 𝘢 𝘈𝘭𝘭𝘢𝘮𝘲𝘶𝘦𝘳; 𝘦 𝘲𝘶𝘢𝘮𝘥𝘰 𝘦𝘮𝘵𝘳𝘰𝘶 𝘱𝘦𝘭𝘭𝘢 𝘱𝘰𝘳𝘵𝘢 𝘥𝘢 𝘷𝘪𝘭𝘭𝘢 𝘥𝘪𝘴𝘴𝘦 𝘎𝘰𝘮ç𝘢𝘭𝘭𝘰 𝘔𝘦𝘦𝘯𝘥𝘦𝘻 […]’.

         este foi também o percurso do Mestre numa das vezes que esteve em Alenquer:

𝘖 𝘔𝘦𝘦𝘴𝘵𝘳𝘦 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘤𝘩𝘦𝘨𝘰𝘶 𝘢 𝘩𝘶𝘢 𝘦𝘨𝘳𝘦𝘫𝘢 𝘲𝘶𝘦 𝘤𝘩𝘢𝘮𝘰𝘮 𝘚𝘢𝘮𝘵𝘰 𝘚𝘱𝘪𝘳𝘪𝘵𝘰, 𝘲𝘶𝘦 𝘩𝘦 𝘦𝘮 𝘩𝘶𝘶 𝘤𝘩ã𝘰, 𝘢ç𝘦𝘳𝘤𝘢 𝘥𝘰 𝘳𝘳𝘪𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘤𝘰𝘳𝘳𝘦 𝘢 𝘳𝘳𝘦𝘥𝘰𝘳 𝘥𝘢 𝘷𝘪𝘭𝘭𝘢, 𝘳𝘳𝘦𝘤𝘰𝘭𝘩𝘦𝘰 𝘢 𝘴𝘴𝘪 𝘴𝘶𝘢 𝘨𝘦𝘮𝘵𝘦; 𝘥𝘦𝘴𝘪 𝘧𝘰𝘪 𝘱𝘦𝘳 𝘩𝘶𝘢 𝘤𝘰𝘮𝘱𝘳𝘪𝘥𝘢 𝘤𝘢𝘭ç𝘢𝘥𝘢 𝘢ç𝘪𝘮𝘢, 𝘦 𝘱𝘰𝘶𝘴𝘰𝘶 𝘦 𝘩𝘶𝘶 𝘮𝘰𝘦𝘴𝘵𝘦𝘪𝘳𝘰 𝘥𝘦 𝘚𝘢𝘮 𝘍𝘳𝘢𝘯ç𝘪𝘴𝘤𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘩𝘪 𝘩á.’” - Página 61.

sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Capítulo XXVI

O que Abenabo conhecia de Jerusálem 

    “Depois de Abenabo me falar miudamente da rua vulgarmente dita da amargura, pela qual Jesus Cristo foi com a Cruz às costas, desde a casa de Pilatos, até ao Calvário, onde foi por nós oferecido, e sacrificado, para a salvação do mundo, ouvi dele com muita curiosidade que o sagrado Monte Olivete fica numa encosta, em que subindo por um certo caminho, e chegando no meio dele, se acha à vista o Templo de Salamão, e quase toda a cidade.

É o dito Monte Olivete, onde o nosso Redentor recebeu a traição de Judas (que o entregou aos Romanos, antes d’Ele ir à casa de Caiphas, e à casa de Pilatos, e daqui ao Calvário), muy venerado por Turcos, e mouros, assim como por cristãos de muitas nações, que se põem ali a orar, e a cantar, e a contemplar, na vigília D’Ascensão de Nosso Senhor.

    Na Capela D’Ascensão fazem os moçalmans grande devoção à pedra onde está uma pegada do Redentor do mundo quando Ele teve por bem tornar aos Céus. A outra metade desta pedra, também com outra pegada de Jesus, está no Templo de Salamão, ali posta quando a terra era de cristãos, sendo agora tida em grande veneração por Turcos, e mouros”.

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Capítulo XXV

O grande interesse do Tutam de Cantão pelo âmbar

Chegando nós à ilha Tamon, digo aos 14 de Agosto de 1538, esperámos pela necessária autorização do Pio da villa de Nantó, e depois do que nos cumpria aqui seguimos para a dita cidade Cantam, cousa de 18 léguas pelo rio acima, onde por minha conta fiz a comutação de pimenta, âmbar, e outras miudezas, por ricas sedas, ouro, e grande cópia de arroz.

A desembarcação de âmbar causou grande alvoroço no Tutam, que teceu muitas palavras de contentamento com a minha vinda. Assim como prometera ao feitor Jao, que duas semanas antes tinha descarregado um grande carregamento desta mercadoria, também eu teria bom agasalho, tornando a fazer as minhas mercadorias neste porto, onde ia encontrar muy ricas fazendas, com as quais depois de fazer o meu emprego, teria tanto proveito, que fariam de mim o mais abastado da terra donde era natural.

Estranhei o seu grande interesse pelo âmbar; porque valia mais para ele, do que ouro, ou diamantes. Dei o melhor para tirar algumas inquirições sobre este assunto; mas pouco consegui apurar, por se resguardar o Tutam numas lendas de remotas eras, com dragões a carpir lágrimas, que se transformavam em âmbar, e como os Chins são muy idólatras destas serpentes de extraordinária grandeza, reverenciam muito esta mercadoria.

Perdido que estava nos meus pensamentos, dei por mim com os olhos postos numas serpentes tecidas a fios de ouro, que o Tutam, e seus assistentes, traziam nos peitos, e nas costas, e que por divisa são as armas d’el Rey”.

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Capítulo XXIV

Vida em risco numa aldeia da ilha de Samatra:

“No outro dia fomos à aldea prover o necessário para a carregação da pimenta, e depois de tudo feito, dei ordem aos que comigo vinham para esperarem à beira do batel, pois queria privar um pouco mais com o Reyzinho; mas como no espaço de uma hora completa ele foi cometido com muitas dores nas entranhas, logo se recolheu para dentro de sua casa, e me mandou agasalhar numa outra casa de um honrado mercador da sua aldea. Chegava o tempo de pôr os olhos numa formosa moça, que muito me atraía, desde a minha primeira vinda no ano passado…

Na manhã do outro dia cheguei à praia em grande alvoroço. Corria com todas as pressas, já que em minha perseguição tinha quase todos os homens da aldea, e como para muita confusão minha o batel estava em seco, com tamanha aflição dei uma grita para os mandriões (que ao longe havia vista) se apressarem a pôr ombros ao batel, e o lançar à água. Havia que fugir deste lugar abominável, o quanto antes, para evitar que a morte se aproximasse a passos vistos de todos nós.

Tanto as gritas, como as lanças, e frechas, que saíam das mãos dos que vinham nas minhas costas, puseram em sobressalto os que estavam de guarda ao batel. Dei outra grita para o bombardeiro tirar nos malvados, que nada mais queriam, do que pôr termo à vida deste honrado capitão. Se não mostrássemos valentia, passaríamos todos por grandes tormentas, com o irremediável dano de não termos como nos encomendar a Deus”.

domingo, 4 de setembro de 2022

Leitura do Dia

 “Descrição da Cidade de Lisboa”, de Damião de Góis.


[O 6.º Edifício: A Casa de Ceuta. Casa da Índia]                                                        

No canto ocidental deste terreiro, deixando para trás a referida praça do peixe, e passado o mercado dos padeiros, dos vendedores de hortaliça e de fruta, o mercado das aves e a praça dos comestíveis, fica situado um edifício, a que nós chamamos Casa de Ceuta, onde os comissários régios dão despacho às questões relativas à guerra de África.

Não longe desta casa, num renque contíguo de edifícios, ergue-se o sexto monumento, realizado de feição maravilhosa, repleto de abundantes presas e despojos de muitas gentes e povos.

Por ali se tratarem os negócios da Índia, o nosso povo dá-lhe o nome de Casa da Índia”.

Página 52.

terça-feira, 30 de agosto de 2022

Momento Quora

Eu planejo escrever um livro que se passará no século XV ou XIV. Onde e como devo começar minha pesquisa?

Escrevi um romance histórico no século XVI. Foi um livro de grande fôlego, com muitas páginas.

No meu caso, fui fazendo “especialização” (o termo é meu), à medida que ia escrevendo capítulos. Explico melhor…

A história começa numa vila portuguesa. Então, estudei essa vila no século XVI e também as personagens iniciais.

Depois foi Lisboa, e seguiu-se a viagem de barco (nau) para a Índia.

A próxima fase de estudo foi a vida em Goa e na Índia, e por aí adiante.

Muitas vezes relia os capítulos já escritos e reescrevia / acrescentava / cortava. Outras vezes, iniciava um capítulo (deixava uma ideia) e depois com o tempo conseguia desenvolvê-lo, ou mudar de direcção, consoante o conhecimento que fui adquirindo.

A parte mais engraçada é que sempre soube como começava e acabava a história, mas o resto fui sempre construindo ou mudando.

À medida que vai avançando no livro, vai tendo mais conhecimento histórico e sensibilidade para escrever mais e melhor sobre a sua história.

Vai passar por momentos de muita alegria, mas também de frustração. Não desista! Espero que lhe tenha ajudado de alguma forma. Boa sorte :)

Veja o link no Quora: https://qr.ae/pvbfjy

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Leitura do Dia

“A History of Ayutthaya, Siam in the Early Modern World”, de Chris Baker e Pasuk Phongpaichit. 

"Os reis acumulavam esposas e consortes por razões práticas de sustentar a linhagem e construir alianças matrimoniais, mas também como demonstração simbólica de poder do rei. [Tomé] Pires relatou na década de 1510 que o rei siamês 'tem muitas esposas, mais de quinhentas,' provavelmente um exagero, mas indicativo de um número impressionante".

Página 110

(traduzido do inglês)



segunda-feira, 30 de maio de 2022

Excertos da minha obra...

Olá a todos! Durante os próximos meses vou publicar excertos da minha obra. Incluirá o prólogo, 43 capítulos e o epílogo. Espero que se divirtam.

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