segunda-feira, 18 de abril de 2022

Como tudo começou...

Inicio este ano a minha aventura literária, ao preparar-me para lançar um romance histórico que me levou um pouco mais de oito anos a concluir. 

Embora não fosse um aluno brilhante, revelei uma natural inclinação para a disciplina de Português (e também para a de Educação Física).

O primeiro clique ficou consolidado quando o nosso professor de Português lia excertos de um conto, poucos minutos antes do toque de saída. Assim fez ele, aula após aula, ao longo de um ano lectivo. O mesmo professor também gostava de dar mérito a quem merecia. “Sim senhor, merece palmas”, dizia, sempre que um aluno se destacava nas suas intervenções. Tentei ter este prémio, mas nunca consegui…

O segundo clique sucedeu anos mais tarde, também na disciplina de Português. Nesta altura, denotava já uma fácil desenvoltura para a escrita humorística. Numa certa aula, fui incitado pela professora a ler um texto de minha autoria. Um pouco envergonhado comecei a lê-lo, mas depressa ganhei alento após o primeiro coro de gargalhadas. Ambos os casos sucederam há mais de trinta anos na Escola Secundária Damião de Góis, em Alenquer.

A apetência pela escrita ficou adormecida, até que a minha vida deu uma volta de 180 graus e em 2004, sem nunca supor que tal viesse a acontecer, iniciei, por capricho do destino, a actividade jornalística no outro lado do mundo, no longínquo território de Macau. Em 2012, fui orador de uma palestra sobre “Os Portugueses no Sião”, fruto das minhas constantes deslocações à Tailândia, e de entretanto ter despontado em mim o interesse pela História dos portugueses no Oriente. No final da palestra fui incitado a escrever um livro sobre a presença portuguesa no antigo Reino do Sião, mas não iria acrescentar nada de novo ao que outros já tinham avançado. O romance histórico foi o caminho natural a seguir.

Dez anos depois, eis que me preparo para lançar O Oriente Místico de Chao Bálos, que conta “o extraordinário testemunho de vida de um Português de nação”, que vai “do Reino de Narsinga, à Terra do Elefante Branco, e Ilha de Sanchoão” (entre outras paragens asiáticas).

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