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terça-feira, 13 de setembro de 2022

“O Oriente Místico de Chao Balós” – Personagens

 Damião de Góis, o amigo de infância

Damião de Góis surge no meu romance histórico logo na fase inicial da narrativa. Nasceu na vila de Alenquer, em 1502. É amigo de infância de João de Barros, o herói da trama, e cresceram praticamente juntos, até o futuro humanista ser levado para o Paço Real, no reinado de D. Manuel I.

João de Barros ainda se cruzou com ele uma última vez, agora em Lisboa, pouco antes de embarcar na nau que o levaria à Índia. Foi um encontro emotivo, com lágrimas derramadas, de parte a parte, antes do definitivo adeus.

Damião de Góis viria a ter uma brilhante carreira como diplomata ao serviço da Coroa, já depois de servir na feitoria portuguesa de Flandres.

Viajou por vários países europeus e conheceu vultos da época, tais como Martinho Lutero, Erasmo de Roterdão, Albrecht Dürer, Giovanni Battista Ramusio e Inácio de Loyola, entre outros.

De regresso a Portugal, escreveu as crónicas dos reinados de D. Manuel I e de D. João III.

Foi acusado de herege pela Inquisição e sujeito a um prolongado processo judicial. Acabou preso e foi depois libertado em Dezembro de 1572. Estava bastante doente.

Viria a falecer no mês seguinte, em circunstâncias misteriosas, na terra que o viu nascer. Tinha 71 anos de idade.

segunda-feira, 6 de junho de 2022

"O Oriente Místico de Chao Balós", Cap. I

 Origem do nome da vila de Alenquer:

"Nas costas da villa, pela metade do outeiro por esta banda fica a Igreja de Santiago, fundada por el Rey Dom Affonso Henriquez, em memória da ajuda, e socorro, que teve de tão glorioso Santo Apóstolo, defronte da porta aonde as suas gentes (valentes, e esforçados cristãos) deram com tanto ímpeto nos mouros, que os desbarataram, e lhes tomaram o Castelo.

Foi este feito muito celebrado; porque el Rey gastara dois meses no cerco, e como não havia maneira de tomar a fortaleza aos mouros, pois a tudo resistiam, pediu um sinal a Deus para lhe dizer quando chegaria o momento de fazer o assalto. Na manhã do dia de São João surgiu no arraial, diante d’el Rey, um cão pardo, alam de raça, que sempre vigiava a villa. Fazendo-lhe Dom Affonso Henriquez muitas festas com suas mãos, nada ladrou o dito cão, e se foi lentamente para a banda da cerca. Vendo nisto o sinal de Deus fez el Rey uma fala desta maneira aos seus homens:

– Vide meus bons cavaleiros, e amigos! O Alam quer! O Alam quer! Animai os vossos corações; porque Deus nos dá confiança de nossos trabalhos, e fadigas, aqui passados serem cousas que não mais afronta nem perigo nos darão. Convosco ficará hoje a villa em nossas mãos; porque por este Alam nos deu testemunho Nosso Senhor.

E para que este feito não ficasse em perpétuo esquecimento tomou esta formosa villa o nome Alamquer...”


segunda-feira, 18 de abril de 2022

Como tudo começou...

Inicio este ano a minha aventura literária, ao preparar-me para lançar um romance histórico que me levou um pouco mais de oito anos a concluir. 

Embora não fosse um aluno brilhante, revelei uma natural inclinação para a disciplina de Português (e também para a de Educação Física).

O primeiro clique ficou consolidado quando o nosso professor de Português lia excertos de um conto, poucos minutos antes do toque de saída. Assim fez ele, aula após aula, ao longo de um ano lectivo. O mesmo professor também gostava de dar mérito a quem merecia. “Sim senhor, merece palmas”, dizia, sempre que um aluno se destacava nas suas intervenções. Tentei ter este prémio, mas nunca consegui…

O segundo clique sucedeu anos mais tarde, também na disciplina de Português. Nesta altura, denotava já uma fácil desenvoltura para a escrita humorística. Numa certa aula, fui incitado pela professora a ler um texto de minha autoria. Um pouco envergonhado comecei a lê-lo, mas depressa ganhei alento após o primeiro coro de gargalhadas. Ambos os casos sucederam há mais de trinta anos na Escola Secundária Damião de Góis, em Alenquer.

A apetência pela escrita ficou adormecida, até que a minha vida deu uma volta de 180 graus e em 2004, sem nunca supor que tal viesse a acontecer, iniciei, por capricho do destino, a actividade jornalística no outro lado do mundo, no longínquo território de Macau. Em 2012, fui orador de uma palestra sobre “Os Portugueses no Sião”, fruto das minhas constantes deslocações à Tailândia, e de entretanto ter despontado em mim o interesse pela História dos portugueses no Oriente. No final da palestra fui incitado a escrever um livro sobre a presença portuguesa no antigo Reino do Sião, mas não iria acrescentar nada de novo ao que outros já tinham avançado. O romance histórico foi o caminho natural a seguir.

Dez anos depois, eis que me preparo para lançar O Oriente Místico de Chao Bálos, que conta “o extraordinário testemunho de vida de um Português de nação”, que vai “do Reino de Narsinga, à Terra do Elefante Branco, e Ilha de Sanchoão” (entre outras paragens asiáticas).

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