segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Leitura do Dia

“Inéditos Goesianos, arquivos de família – I”, por Guilherme João Carlos Henriques (da Carnota).


𝐄𝐬𝐭𝐫𝐚𝐜𝐭𝐨 𝐝𝐨 𝐥𝐢𝐯𝐫𝐨 𝐝𝐚 𝐦𝐚𝐭𝐫𝐢𝐜𝐮𝐥𝐚 𝐝𝐨𝐬 𝐂𝐨𝐧𝐟𝐫𝐚𝐝𝐞𝐬 𝐝𝐚 𝐑𝐞𝐚𝐥 𝐂𝐚𝐬𝐚 𝐝𝐨 𝐄𝐬𝐩𝐢𝐫𝐢𝐭𝐨 𝐒𝐚𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐀𝐥𝐞𝐦𝐪𝐮𝐞𝐫

Anno de 1549

Mordomo Pedro Gouvêa,

D. Joanna de Argem, mulher de Damião de Goes, com seus filhos,

Manoel, Ambrosio, Ruy Dias, e Catharina Goes.

Mais se metteram por Confrades os filhos do Senhor Damião,

Bastardos, 

Manoel, Isabel, Maria.

𝐂𝐞𝐫𝐭𝐢𝐝ã𝐨 𝐝𝐨 𝐞𝐧𝐭𝐞𝐫𝐫𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐃𝐚𝐦𝐢ã𝐨 𝐝𝐞 𝐆𝐨𝐞𝐬

Año de 1575

Aos XXX. Dias do mes de Janrro do año de jbe lxxiiij años faleceu damiao de guoes e foi enterrado na capela mor desta jgra e por verdade o asiney dia e mes e año ut supra. Eu

Luiz Velho.

(Documento do Cartorio da Igreja de Sta Maria da Varzea em Alemquer.)"

Página 37.

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Capítulo XXIV

Vida em risco numa aldeia da ilha de Samatra:

“No outro dia fomos à aldea prover o necessário para a carregação da pimenta, e depois de tudo feito, dei ordem aos que comigo vinham para esperarem à beira do batel, pois queria privar um pouco mais com o Reyzinho; mas como no espaço de uma hora completa ele foi cometido com muitas dores nas entranhas, logo se recolheu para dentro de sua casa, e me mandou agasalhar numa outra casa de um honrado mercador da sua aldea. Chegava o tempo de pôr os olhos numa formosa moça, que muito me atraía, desde a minha primeira vinda no ano passado…

Na manhã do outro dia cheguei à praia em grande alvoroço. Corria com todas as pressas, já que em minha perseguição tinha quase todos os homens da aldea, e como para muita confusão minha o batel estava em seco, com tamanha aflição dei uma grita para os mandriões (que ao longe havia vista) se apressarem a pôr ombros ao batel, e o lançar à água. Havia que fugir deste lugar abominável, o quanto antes, para evitar que a morte se aproximasse a passos vistos de todos nós.

Tanto as gritas, como as lanças, e frechas, que saíam das mãos dos que vinham nas minhas costas, puseram em sobressalto os que estavam de guarda ao batel. Dei outra grita para o bombardeiro tirar nos malvados, que nada mais queriam, do que pôr termo à vida deste honrado capitão. Se não mostrássemos valentia, passaríamos todos por grandes tormentas, com o irremediável dano de não termos como nos encomendar a Deus”.

Monarquia - Rainha Isabel II

Faleceu hoje a Rainha Isabel II do Reino Unido (1926-2022)

Sempre vi nela um modelo de simpatia, de união, de ponderação e de perseverança. Tinha uma qualidade excepcional: saber quando devia estar votada ao silêncio. O seu guarda-roupa era excepcional, de bom gosto mesmo! Será lembrada por muito e muito tempo. RIP 😢




quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Momento Quora

 Qual o melhor livro que você leu quando era criança?

Foi o livro de banda desenhada intitulado “O Cão dos Baskervilles”, tendo como protagonistas o famoso detective Sherlock Holmes e o Doutor Watson.

Fiquei fascinado durante anos com o mistério ocorrido de noite numa charneca e com o enredo em geral. O desenho de alta qualidade também ajudou. Fazia parte da colecção “Clássicos em Banda Desenhada – Biblioteca RTP”, da Editorial Pública (1985).

Mais tarde li a colecção inteira das "Aventuras de Sherlock Holmes", agora em texto corrido.

Os livros pertenciam a um amigo, que me ia emprestando à medida que acabava de ler um. Lembro-me do cheiro da capa e das folhas. Algo único, que ficou gravado na minha memória.

Rapidamente, aprendi a transpor para a vida real o método de Sherlock Holmes, assente na capacidade de observação, capacidade de dedução e conhecimento; e posso dizer que tive muito sucesso, até mesmo entre alguns colegas de turma do ensino secundário, que me punham à prova de variadíssimas maneiras.

Um dos sucessos imediatos foi ler o livro "O Homem do Lábio Torcido" e resolver o mistério ainda antes do autor Sir Arthur Conan Doyle apresentar a solução final para o enredo. Senti-me triunfante!

Na RTP passaram, entretanto, as séries "As Aventuras de Sherlock Holmes" e "O Retorno de Sherlock Holmes", da Granada Television, brilhantemente interpretadas por Jeremy Brett, no papel do famoso detective da 221B Baker Street, em Londres, e por David Burke (1984–1985) e Edward Hardwick (1986–1994), como Doutor Watson.

Também fui influenciado pelo inspector Artur Varatojo com a rubrica “ABC do Crime”, do programa “Ponto por Ponto” da RTP, em que fazia sempre uma pergunta e quem acertasse recebia um prémio. Na semana seguinte tinha por hábito anunciar o nome dos vencedores. Neste caso, fui o único a responder acertadamente - Como surgiu o nome de Sherlock Holmes? - e recebi um livro policial autografado de sua autoria.

Em 2005, e depois em 2015, visitei o "Museu Sherlock Holmes", situado na Baker Street, em Londres, com todas aquelas decorações da época vitoriana. Cumpri, assim, o desejo antigo de visitar o museu, quando vi o inspector Artur Varatojo a descrever a sua visita guiada na rubrica “ABC do Crime”.

Tornei-me saudosista e há alguns anos revi as séries da Granada Television no YouTube.

Só de lembrar que tudo começou com a leitura de um livro de banda desenhada…

Veja o link no Quora: https://qr.ae/pvOnir

Ditos & Citações

 Acreditar :)


domingo, 4 de setembro de 2022

Leitura do Dia

 “Descrição da Cidade de Lisboa”, de Damião de Góis.


[O 6.º Edifício: A Casa de Ceuta. Casa da Índia]                                                        

No canto ocidental deste terreiro, deixando para trás a referida praça do peixe, e passado o mercado dos padeiros, dos vendedores de hortaliça e de fruta, o mercado das aves e a praça dos comestíveis, fica situado um edifício, a que nós chamamos Casa de Ceuta, onde os comissários régios dão despacho às questões relativas à guerra de África.

Não longe desta casa, num renque contíguo de edifícios, ergue-se o sexto monumento, realizado de feição maravilhosa, repleto de abundantes presas e despojos de muitas gentes e povos.

Por ali se tratarem os negócios da Índia, o nosso povo dá-lhe o nome de Casa da Índia”.

Página 52.

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

O Oriente Místico de Chao Balós, Cap. XXIII

Trato no porto de Pacém na ilha de Samatra:

Estando eu defronte da casa de nossa Senhora do Outeiro, veio a par de mim o pajem de Dom Estêvão da Gama, com recado para aparelhar o junco com todas as pressas; porque tinha de ir a Pacem, na ilha Çamatra, carregar muy boa pimenta, e outras especiarias, que muito ganho me trariam. Antes de tudo havia que ir à fortaleza, pois era lá que o capitão da cidade me falaria miudamente da empresa que me tencionava encomendar.

Assaz confuso com este recado, me fui com muita pressa a ver de Dom Estêvão da Gama, o qual me recebeu com mostras de muita amizade, e grande alegria. A par dele estava um abastado mercador de Malaca, acompanhado de seu feitor, um Jao de nação. Dom Estêvão da Gama lhes disse ser eu homem de muy grande fama, e como era muito solto a navegar por esses mares afora, escapara sempre da Armada do Turco, e das embarcações de outras nações com as quais el Rey, nosso senhor, tinha guerra.

Pasmado com tais palavras, tolheu-me o pensamento, por não entender o seu propósito. Com a sua voz grave logo me cortou as ideias, dizendo que havia um negócio que me traria grandes ganhos, se fosse a Paceem, e me deixasse lá estar muito devagar para miudamente saber cousas do Reyno do Achem, e achar informação sobre a ilha do ouro, por toda a gente natural, ou forasteira, que alguma cousa disso tivesse conhecimento”.

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